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DICAS

Amortizar o crédito: Quanto compensa?

Publicado por PONTO25 em 27/01/2016

Uma dúvida comum entre os consumidores que conseguem colocar algum dinheiro de parte é a seguinte: O que fazer com este dinheiro? Devo utilizá-lo para amortizar o crédito à habitação (ou crédito pessoal)? Ou será que mais vale investir este montante num produto de poupança ou investimento? A resposta a esta pergunta não é linear e depende de vários fatores.

Mandam as regras das finanças pessoais que os consumidores utilizem de preferência os montantes poupados primeiro para saldar dívidas. Mas esta opção nem sempre pode ser vantajosa. Por exemplo: se a taxa de juro do crédito à habitação for inferior à taxa de juro que receberá por investir a sua poupança numa aplicação financeira, então neste caso provavelmente investir será mais compensador do que amortizar.

Mas optar por amortizar ou investir é sobretudo uma decisão que está dependente dos objetivos financeiros e pessoais de cada consumidor. Para muitos agregados familiares, a amortização do crédito à habitação é uma solução mais atrativa porque permite reduzir a prestação mensal e montante total de juros a pagar ao banco. Já outras pessoas preferem investir e ver o seu ‘pé-de-meia’ crescer. Veja então em que situações compensa amortizar e investir.

Quando compensa poupar?
Investir o dinheiro disponível num depósito a prazo pode compensar quando a taxa de juro do produto escolhido for superior ao juro que está a pagar no crédito à habitação. No geral, atualmente as taxas de juro dos empréstimos estão baixas, considerando que os indexantes mais comuns estão em mínimos históricos e muitos créditos antigos têm ‘spreads’ reduzidos – recorde-se que antes do despoletar da crise económica era muito comum os bancos atribuírem ‘spreads’ pouco acima dos 0%.

Isto poderia significar que iria compensar poupar o dinheiro, no entanto, em agosto de 2014, a taxa de juro bruto média em depósitos a prazo até um ano era 1,50%, de acordo com o Boletim Estatístico de Outubro, do Banco de Portugal. Enquanto isso, segundo a mesma fonte, a taxa de juro média das novas operações de crédito à habitação é 3,09%.

Poupar vs amortizar: um exemplo prático
Foi tido em conta o impacto que uma amortização de 2.000 euros teria na prestação mensal de um crédito à habitação, de 100 mil euros, a pagar em 30 anos, com uma TAN (Taxa Anual Nominal) de 2,5%. Pressupôs-se que esta amortização seria feita cinco anos após o início do pagamento do crédito. Ao mesmo tempo calculámos quanto é que esses mesmos 2.000 euros poderiam render ao final de um ano se fossem aplicados num depósito a prazo com a mesma taxa de juro (2,5%).

Amortizar: Tendo em conta o exemplo acima referido, a mensalidade que uma família teria de suportar antes da amortização era de 395,12 euros. Se ao fim de cinco anos, decidisse amortizar 2.000 euros, a prestação baixaria para 386,15 euros, uma diferença de 8,97 euros por mês, o que ao final de um ano, daria uma poupança de 107,64 euros. Parece uma diferença residual, porém findos os 25 anos que ainda remanescem para acabar de pagar a casa, a poupança seria de 2.691 euros.

Note-se que a este valor (107,64 euros) será ainda necessário abater 10 euros, isto porque ao amortizar o crédito à habitação terá de pagar uma taxa de 0,5% do valor que reembolsou (caso tenha escolhido taxa de juro variável) ou de 2% (se tiver optado por uma taxa de juro fixa). Neste caso, pressupondo que o crédito à habitação estaria indexado a uma taxa de juro variável, a comissão que teria de pagar ao banco seria de 10 euros (2.000 euros * 0,5%).

Poupar: Se pegasse nesses mesmos 2.000 euros e decidisse aplicá-los num depósito a prazo com uma TAN de 2,5%, ao final de um ano esse dinheiro teria crescido 36 euros, depois dos impostos devidos. Isto significa que se amortizasse o dinheiro no crédito à habitação, em vez de colocá-lo num depósito a prazo, ao fim de um ano ficaria com mais dinheiro na conta bancária.

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